Em Setembro de 1959, Assis Chateaubriand doava a 22 pessoas, sob determinadas condições, a fração ideal de 49% do poder de controle das empresas integrantes de seu império de comunicação. Entre os escolhidos figuraram seus filhos Fernando Antonio Chateaubriand Bandeira de Mello e Gilberto Francisco Renato Allard Chateaubriand Bandeira de Mello.
Alguém pode acreditar que este homem está em seu juízo perfeito, para realizar uma doação de tal complexidade e de importância decisiva para o futuro do país? Observem a expressão alegremente maliciosa de Edmundo Monteiro (no canto, à direita), o coveiro dos Diários Associados em São Paulo, o responsável pela perda de algumas das melhores e mais importantes empresas deixadas por meu avô neste estado que é de valor estratégico para os destinos do Brasil. Acho que nosso povo merece uma investigação comparativa traçando paralelos entre o enriquecimento pessoal dos senhores condôminos, beneficiários desta doação, e o afundamento, deterioração e progressiva extinção das empresas que receberam "de mão beijada" de meu avô. Aliás, não foi sem condições estritas que Chatô legou o seu império de mídia. Ao conduzir à extinção a maior e melhor parte deste conjunto de empresas, o grupo fracassou em manter viva a sua obra, que foi reduzida dramaticamente em quantidade e qualidade, comprovando que a tentativa dele de manter coeso e íntegro o conglomerado de empresas, os Diários Associados, foi definitivamente malograda. É preciso reconsiderar outras propostas para a destinação do grupo, mudanças radicais em sua organização e gestão, antes que nada mais reste deste legado de Chatô a todo o povo brasileiro...
Philippe Bandeira de Mello
Psicólogo e neto de Assis Chateaubriand
e-mail: philippebandeirademello@yahoo.com.br